A histocompatibilidade (compatibilidade entre células, tecidos ou órgãos) é um aspeto clínico fundamental na transplantação.
Antes de ser realizado um transplante de um dador para um outro indivíduo (que pode ser um transplante hematopoiético de medula óssea ou mesmo sangue do cordão umbilical), são realizados testes com o objetivo de se verificar se existe compatibilidade entre ambos.
O Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC – Major Histocompatibility Complex) é um grupo de genes com um papel importante no sistema imunitário e na determinação da identidade biológica de cada um.
No Homem, este complexo chama-se Antigénios Leucocitários Humanos (HLA), encontram-se no braço curto do cromossoma 6 do genoma. Um enorme polimorfismo (muitos genes para codificarem uma característica num indivíduo) deste complexo, contribuí para o elevadíssimo número de combinações possíveis, pelo que é muito improvável encontrarmos duas pessoas com a mesma informação genética (exceto os gémeos univitelinos ou gémeos verdadeiros).
Assim, cada célula de um indivíduo tem a sua marca biológica. Esta informação pode ser determinada fazendo-se uma tipagem HLA.
Prioridade: evitar a rejeição do transplante
Para que um transplante seja bem-sucedido, é necessário que as células imunitárias do recetor não entrem em conflito com as do dador. Nesse sentido, procura-se sempre encontrar um dador o mais compatível possível de modo a evitar-se a rejeição do transplante.
A amostra de sangue do cordão umbilical (SCU) e de tecido do cordão umbilical (TCU) criopreservadas podem ser utilizadas pelo próprio ou por um familiar em que haja histocompatibilidade.
As hipóteses de haver histocompatibilidade é superior nos familiares mais próximos, como irmãos e pais. No entanto, antes da aplicação clínica, há necessidade de fazer um perfil de histocompatibilidade da amostra criopreservada e do individuo que vai utilizar essa amostra. Se não existir histocompatibilidade, não poderá ser utilizada.
De referir, que o SCU é muito menos exigente em termos de necessidade de histocompatibilidade entre dador e recetor, do que a medula óssea ou o sangue periférico obtido por aferése após mobilização da medula óssea.
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